16 de julho de 2013

Estou só te ouvindo.




Em momentos assim, quando falamos alto um com outro que vejo o quanto se perdeu além do bom senso e da razão.
Como era mesmo o nome daquele lugar em que você me levou no nosso primeiro encontro? Aquele em que você me esperou sair do trem com olhos apertados pra me achar mais rápido no meio da multidão? O que era aquilo escondido em suas mãos atrás das costas? Uma rosa? Não qualquer rosa mas uma rosa branca. Aquilo era tudo que eu precisava...paz! Paz mais que paixão.
Eu estava tão bem sozinha depois do fim daquele relacionamento tão conflitante, mas parecia boa a idéia de estar ainda melhor com você e não mais tão sozinha. 
O que era mesmo que causava o aceleramento dos meus batimentos cardíacos? Era seu sorriso, que sempre espontâneo me fazia pensar que estava dentro de uma revista com um daqueles modelos de sorriso aberto e alma cheia de carisma. Por isso te chamei de garotinho de capa de revista.
Você tão jovem, tão inocente, tão livre de magoas, ressentimentos e lembranças. Você ali, inteiro meu, intacto, cheio de vontade de conhecer a vida.
Me falou das coisas mais lindas, me prometeu coisas com tanta verdade nos olhos que eu, juro, acreditei!
Você era a melhor opção, na verdade a única opção que eu considerava...portanto não era mais uma opção e sim todas as opções em uma só pessoa.
Te quis guardar, proteger, orientar moldar...como se faz com um filho.
Dei amor, dei exemplo, cobrei atitudes, dei conselhos, estava aqui quando você caiu pra te ajudar a levantar...assim como se faz com um filho.
Você caiu muitas vezes, errou muitas vezes, tentou se consertar muitas vezes. Me prometeu mudar, me prometeu parar, me prometeu crescer...coisas que um filho diz para uma mãe.
Você sentiu necessidade de conhecer o mundo além do que eu te mostrava, sentiu necessidade de se encontrar, de beber o conhecimento que o mundo estava dando, você se rebelou, exigiu liberdade, mentiu, escondeu, saiu de casa sem hora pra voltar, disse que estaria em um  lugar quando na verdade estava em outro, até arrumou uma namoradinha que a "mamãe" jamais aprovaria por não ser adequada a você....sim, você fez exatamente o que todos os filhos fazem com suas mães.
Você brigou, gritou, bateu porta, queimou colchões, rasgou cartas, mudou de identidade, se assumiu no mundo mas não assumiu suas verdades, estourou contas de telefone, escondeu conversas no messenger, jogou na cara todo o amor sufocante, me culpou pelo excesso de cobranças e pela falta de carinho em meio aos seus erros...assim como se faz com uma mãe.
Vejo que fui mais sua mãe que sua mulher, você foi mais meu filho do que meu homem. Você partiu, igual a todos os outros filhos. E eu? Bem, eu fiquei esperando você voltar igual toda boa mãe faz.
Mas eu não sou sua mãe, você não é meu filho, aliás você anda sendo pai de outras pessoas agora que já tem sua pequena caixinha de sabedoria você até se acha na razão de me aconselhar e dar puxões de orelha (cuidado pra não virar meu pai e inverter todo esse nosso processo que deu tão certo até pouco tempo atrás), estamos longe de ter uma relação tão fraternal e eu definitivamente não vou mais esperar. (Ok, talvez isso de não esperar mais tenha sido da boca pra fora, mas repito sempre isso pois uma mentira contada muitas vezes acaba virado verdade.)
Eu sou mais velha, apenas 3 anos, eu sabia que isso aconteceria. Mas preferi acreditar que histórias improváveis poderiam ser ótimas histórias para os netos e ótimos temas de livros e filmes.
Não são apenas os 3 anos, é toda a minha história de vida, é toda sua história ainda não escrita. Se bem que 3 anos uma criança já fala algumas palavras, já não usa mais fraldas e anda no colo só quando está cansada...já tem dentes, manhas e preferências. É, pensando bem 3 anos podem sim fazer a diferença.
Opa...você gritou denovo!  Voltei...Onde paramos mesmo?
Na parte em que você dizia que eu já não era mais a mesma ou na parte em que me confessava outra verdade escondida no meio de tantas mentiras? Já não importa...seja lá o que for que você estava gritando significava apenas uma coisa: seu amor acabou ou nunca existiu.
 Era isso em que eu pensava, ou quase isso, enquanto estava calada ouvindo você gritar palavras tão feias e desalmadas, eu disse: Estou só te ouvindo!

Posted by   D. Rigby




4 comentários:

  1. Assim como te assumir publicamente. Assumo para todos agora, esse fui eu. Sim parece mais uma falsa promessa. Mas não é, confundo me mais acada vez que eu lembro eu fui esse para você. Toda vez que vc ameaçou ir não voltar mais e depois voltou toda feliz sinto falta.
    Quando penso nisso tenho vontade de me matar, enterrar me, de prender me pois fui muito desalmado.
    Mas o que mais condena minha mente é o fato que vc é a melhor namorada que eu poderia ter.
    Te amo Daniela. Mas não sou um bom homem para vc.

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  2. Agora estou só lendo...
    E pensando...
    E esperando o próximo dia...........

    Bjo

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  3. Nossa Dani só vou dizer que me emocionei com o texto!

    http://manualdefeminices1.blogspot.com.br/

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    1. Oh Ste! Fico sempre contente quando você passa por aqui...
      Obrigada...realmente escrevi com a alma...

      Bjo bjo :) Até a próxima lindona!

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